Portugal – Agência Lusa – 03/10/2009
O Brasil piorou, caindo do 72º para o 80º lugar, no ranking sobre corrupção elaborado pela organização não-governamental Transparência Internacional (TI), no qual Cabo Verde foi o único país da Comunidades dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) a melhorar a classificação na lista.
A ONG realiza o levantamento para calcular o grau de corrupção do setor público a partir do parecer de empresários e analistas dos respectivos países.
No relatório anual referente a 2008, no qual foram analisados 180 países, Portugal desceu da 28ª posição para a 32ª, enquanto Macau saiu da 34ª para a 43ª e Moçambique, da 111ª até a 126ª.
São Tomé e Príncipe deixou o 118º lugar para o 121º, e Angola e Guiné-Bissau desceram ambos do 147º para o 158º. O Timor Leste também caiu, enquanto Cabo Verde subiu da 49ª posição para a 47ª.
A classificação segue liderada por Dinamarca, Nova Zelândia e Suécia.
A Somália é o país mais corrupto, seguido de Mianmar (antiga Birmânia), Iraque, Haiti e Irã.
No relatório, no qual os países são avaliados por um conjunto de critérios que, somados, vão de 0 (muito corrupto) a 10 (livre de corrupção), o Brasil obteve 3,5 pontos, enquanto Portugal recebeu 6,1, seguido por Macau (5,4), Cabo Verde (5,1), São Tomé e Príncipe (2,7), Moçambique (2,6), Timor Leste (2,2), Angola e Guiné-Bissau (ambos com 1,9).
Dinamarca, Nova Zelândia e Suécia obtiveram 9,4 pontos, enquanto a Somália registrou apenas 1 ponto.
A melhora de Cabo Verde foi comentada “com satisfação” pelo governo cabo-verdiano, tendo a porta-voz do Executivo de José Maria Neves destacado os programas de combate à corrupção no arquipélago.
“É fruto de todo o esforço de boa governança que este Executivo tem desenvolvido, em prol do desenvolvimento do país. As nossas instituições funcionam, temos um verdadeiro Estado de Direito Democrático, onde os direitos, liberdades e garantias são respeitados”, destacou a ministra cabo-verdiana da Presidência do Conselho de Ministros e dos Assuntos Parlamentares, Janira Hopffer Almada.
“Estamos num bom patamar de crescimento e desenvolvimento e, como é natural, isso tem suas consequências positivas, nomeadamente o baixo índice de corrupção, que comprova que o nível de vida da população cabo-verdiana vem melhorando e que explica as pontuações, em vários relatórios e análises, bastante positivas relativamente a Cabo Verde”, acrescentou.
Almada afirmou que o governo tem investido “fortemente” na melhoria das forças policiais – Polícia Judiciária e Polícia Nacional -, e ressaltou também o papel determinante dos órgãos judiciários.
“Temos travado um combate feroz contra o tráfico de drogas e a criminalidade organizada”, afirmou a ministra, que explicou que a Lei de Lavagem de Capitais, aprovada pelo Parlamento no início do ano, teve como principal objetivo blindar o país contra as novas ameaças que o mundo enfrenta atualmente.
Admitindo que ainda há medidas a serem tomadas, Almada defendeu que toda a credibilidade externa que Cabo Verde vem ganhando é “prova, mais uma vez”, de que “está a trabalhar desde 2001 com resultados palpáveis e com ganhos reconhecidos dentro e fora” do país.
Deixe um comentário